MAIS UM POUCO DO MESMO

Ultimamente tenho dito que nada mais me surpreende na política classista na OAB. Sim, já que, por quase trinta anos, tenho participado ativamente, nos bastidores e também como candidato, desse processo eleitoral que tanto seduz os advogados.
Mas, acreditem, me surpreendi em razão do discurso lançado em recente entrevista publicada no jornal Opção nesse domingo(30.05.2021).
Sempre se verifica dos pretensos candidatos um discurso que se adeque com as necessidades dos advogados, especificamente em razão de sua realidade profissional, afinal, persistem várias questões que necessitam da intervenção da Ordem.
Mas, o candidato agraciado com a benção do atual presidente, traz um discurso onde denotaria uma preocupação com o advogado e, que seria essa a bandeira da atual gestão.
Peço aqui vênia ao colega e candidato, por quem tenho um carinho e respeito extremos. Mas seu discurso resta, obviamente, totalmente hipócrita.
Sim, afinal, a atual gestão, em seus cinco anos e meio de labor, não traz nada do que foi evidenciado na aludida entrevista. Ora, por várias ocasiões se verifica uma gestão não republicana, com claros e maldosos procedimentos de boicote, tanto a colegas, quanto à Subseções que não são, politicamente, ligadas à Seccional.
Que dirão, as Subseções de Anápolis e de Aparecida de Goiânia, cujas gestões são de opositores políticos o grupo do atual presidente.
Da mesma forma, essa gestão que se intitula republicana, mantém atitudes eficientes de retaliação, quando não lhe é de interesse, determinada realização. E isso é afirmado, em razão da literal “canetada” que Lúcio Flávio deu, suspendendo o convênio aguardado pelos advogados de Anápolis, entre a CASAG e a Subseção de Anápolis, para uma gestão compartilhada do CEL em Anápolis, clube que é patrimônio dos advogados, e que segue deficitário em razão da falta de investimentos.
Bom, a CASAG é presidida por um pré-candidato à OABGO, que não foi ungido por Lúcio Flávio, e a Subseção de Anápolis, é gerida por um presidente que é seu opositor velado e declarado.
O convênio de gestão compartilhada entre as duas entidades, mereciam, como mereceram a força bruta e eficaz da “caneta republicana” do i.Presidente da OABGO Lúcio Flávio, já que, em tese, vão em desencontro com seus interesses políticos, para novembro desse ano, e os protagonistas, são em tese oposição a esses interesses.
Ora, tal conduta não é, como de fato não foi, atitude de gestor, atitude de um presidente da OAB.
Não se preocupou o senhor presidente, com os mais de 3.000 advogados anapolinos que serão beneficiados com essa gestão compartilhada e os investimentos que a CASAG trará para o CEL de Anápolis. E isso, lembrando que ele, por sua gestão, acabarão sendo beneficiados, já que as reformas aconteceram nessa gestão atual.
Mas não, tal situação, com certeza não beneficiará o candidato que ungiu, e isso, nas eleições, não será um bom mote de campanha. Daí, com a autoridade que detém, preferiu prejudicar os advogados de Anápolis, para tentar salvar a campanha de seu candidato, e também a sua, já que, com certeza terá vaga cativa para o Conselho Federal, um caminho natural para ex-Presidentes das Seccionais.
Mas, retornando ao centro do debate aqui proposto, traz a entrevista alusão aos cuidados que terá com o advogado e, que a gestão atual teria.
Não. Digo não com efusão. Os advogados estão relegados ao ostracismo, abandonados e postos à margem quando se trata de sua profissão.
A Ordem deveria cuidar dos advogados, lhes garantir tranquilidade para o labor. Mas, como exemplo, o episódio das custas judiciais de Goiás, demonstra uma Ordem, não omissa, mas totalmente acomodada no sistema, na burocracia, se satisfazendo com liminares não analisadas, quando os advogados de Goiás, estão perdendo trabalho em razão dessas custas.
Sim, afirmo que perdendo trabalho, já que muitas vezes, em razão dos altíssimos valores das custas, as partes acabam deixando de propor ações judiciais, principalmente em razão da morosidade que o judiciário goiano demanda.
O absurdo é, que existem casos onde as custas judiciais, são mais altas do que os honorários que os advogados irão ganhar para propor as ações.
E a Ordem está agindo nisso?
Afirma que a gestão atual trouxe uma série de vitórias, mas o interessante, é que não demonstra nenhuma delas que efetivamente aproveitem ao advogado em sua individualidade.
É triste, mas tanto na capital, quanto no interior, em razão da situação atual, existem advogados passando fome, literalmente.
Com as escusas já demonstradas, o Advogado precisa de condições de trabalho, de trabalho, propriamente dito. E a Ordem existe, para garantir isso.
O que se tem visto efetivamente, é um grupo especifico, que se saboreia com melhores condições de trabalho, garantindo suas vidas, em detrimento de um coletivo com mais de 50.000 inscritos.
Agora, como continuidade do que já se tem, ou seja, NADA, vem o pré-candidato, garantindo que manterá o que se conquistou, aprimorando.
Gostaria de ver o que foi conquistado, efetivamente para o advogado. Porque, pelo menos no interior, temos visto advogados tendo que enfrentar o sistema sozinhos, recebendo “canetadas” de juízes despreparados, enquanto a Ordem se limita a publicar notas de repúdio, de procedimentos administrativos, que ocorrem 06, 12, 24 meses depois do ato ocorrido.
Bom. A Ordem existe, por, e em razão do ADVOGADO. Sem ele, não teríamos a Ordem e seus dirigentes. Bem, os dirigentes, tem obrigação de garantir o bem estar e a defesa do ADVOGADO.
Mas. Isso não se tem visto.
O discurso de cuidar e se preocupar com o advogado, aparece sempre, pelos gestores, em época de eleição. O interessante, é que essa gestão teve, até agora, 5 anos e quase 6 meses de administração, e não o fez.
Porque o candidato ungido pelo atual Presidente, faria algo de diferente, quando participando dessa gestão, no Conselho Federal, nada fez?
Aliás, durante esse tempo todo, com todo o respeito que lhe dispenso, conto as vezes em que esteve em Anápolis, e tenham certeza, não preenche uma das mãos.
Mostrar uma preocupação agora, que não existiu durante todo esse tempo, nada mais é do que discurso eleitoreiro da gestão que pretende se manter no poder.
Em nada é novidade. Em nada demonstra uma proposta robusta, encorpada, que mereça respeito. Nada que não seja natural.
O que se está vendo, nada mais é do que, mais um pouco do mesmo…

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