NOS TEMPOS DOS CORONÉIS: Uma versão na politica classista da OAB-GO

Bom, antes de adentrar o tema de forma mais profunda e objetiva, deve-se introduzir a questão que se coloca, afim de se evitar quaisquer dúvidas que possam surgir.
Ora, a politica dos coronéis, que se manteve no Brasil, desde o império, se tornou uma prática, além de pouco ortodoxa, criticada e combatida por anos, pelos democratas, pelo Brasil de forma geral.
Consta da história, que os coronéis do café, da cana, do cacau, mantinham uma politica de total autoridade junto à politica local, onde eram fincadas suas fazendas, afim de que os representantes “do povo”, não tomassem qualquer atitude que lhe trouxesse, teoricamente, qualquer tipo de prejuízo, que fosse contra seus interesses.
Vale observar, que essas condutas estão, na atualidade sendo reprisadas em enredo de novela na rede Globo, “Nos tempos do Imperador”, reafirmando que não se trata de uma alegoria e/ou assertiva irreal.
Vale aqui observar, que a Ordem dos Advogados do Brasil, defensora irredutível dos direitos humanos, dos direitos sociais, dos direitos políticos, dos direitos constitucionais.
O Brasil se libertou dessa doença, que tanto fez o país sangrar.
Mas esse sentimento, ainda paira sob os corações e a essência de alguns brasileiros que, insistem em manter atitudes que efetivamente se determinam e, veladamente, são claramente o autoritarismo dos coronéis e, que ainda aflora.
Bom, nesse momento, deve-se observar que a OAB, por suas seccionais e subseções, em todo o Brasil, está em pleno processo de campanha eleitoral. E Goiás não resta diferente.
As Subseções, principalmente as maiores, mantém a mesma realidade. Anápolis terá três candidatos, que estão tentando convencer a advocacia local, através de propostas e demais estratégias.
E justamente aí que se retorna ao início do presente artigo, para deflagrar a novidade e/ou, a prática que tanto se impugnou no passado.
Ora, à boca miúda, resta transitando na advocacia Anapolina e até na goiana, que o gestor maior de instituição de ensino de grande importância, inclusive no pais, e que detém interesses privados, individuais em futuro pleito para o quinto constitucional, vem mantendo essa desprezível prática do coronelismo, o que causa indignação.
Segundo o que se ouve, em reuniões fechadas, com integrantes de determinada chapa da situação, concorrente do pleito, para a Seccional e para a Subseção, esse gestor, que é advogado, os apresenta como sua escolha pessoal, para os professores dos cursos de direito, das várias unidades que a instituição mantém.
Informa, de maneira pouco ortodoxa, que a instituição está apoiando essa chapa, esses integrantes, mesmo que essa afirmação não tenha qualquer sentido prático, já que a Ordem não traz qualquer tipo de ligação com instituições de ensino.
Segundo fontes, se chegou ao cúmulo de ameaçar professores advogados, que asseveraram não apoiar a chapa escolhida pelo gestor, de demissão.
Tal circunstancia não é de todo absurda, já que o aludido gestor, mesmo nos últimos vinte e cinco anos, nunca ter se envolvido em politica classista da OAB, agora vem demonstrando um engajamento diferente e bem acintoso, com trânsito efetivo e diário nas redes sociais, acompanhando os integrantes das chapas, concorrentes para a Seccional e para a Subseção, em visitas a escritórios de advocacia de Anápolis e de outras cidades, onde a instituição que preside tem unidades.
Da mesma forma, fotografias suas, com professores das várias unidades da instituição, demonstrando apoio, fazendo letra com as mãos, não deixam de girar pelo Instagram e pelo Facebook. Um verdadeiro blogueiro.
Colegas visitados por ele, na campanha, afirmam que chegou ao absurdo de pedir voto para as chapas, sob o argumento de que o colega estaria o ajudando a ser Desembargador. E isso reverbera em toda a cidade.
Com esse tipo de empreitada, junto aos colegas, pedindo voto, não seria absurdo o vem ecoando na cidade de Anápolis, de que as outras duas chapas, não estão lutando contra somente outra chapa em Anápolis, mas também contra uma universidade inteira.
E mais, professores advogados que já haviam hipotecado apoio a outros candidatos, retiraram esse apoio público, com medo de serem rechaçados e, quem sabe demitidos. Veículos desses professores, que restavam adesivados, não mais o estão, já que a ordem é pressionar, através da direção, através dos superiores.
Ora, não se sabe se esse instinto de coronel que assombra o aludido gestor e advogado, candidato a desembargador, é real e apenas um arroubo passageiro, em razão do enredo da novela “Nos tempos do Imperador”, ou se realmente se trata de um sentimento, raro, mas um sentimento que habita seu coração, e somente agora aflorou.
O que se sabe é que, se realmente ocorre, é que, se torna ridículo uma instituição de ensino de tamanha importância, se envolver em uma campanha político classista, apenas para buscar o benefício particular de seu gestor maior.
Seria o descoroamento de uma instituição, que no ano corrente, recebeu, para orgulho do povo goiano, o titulo de Universidade, depois de anos de sangue e suor, derramados por seus fundadores, buscando a excelência no ensino.
Por isso, fica a dúvida. Retornou-se aos “tempos dos coronéis”, agora com o envolvimento da politica classista da Ordem dos Advogados do Brasil?